domingo, 21 de abril de 2013

A capacidade iluminadora do cristianismo



     O que se percebe nos dias de hoje é uma proliferação do sagrado: “guerra santa”, horóscopo, simpatias, garantias certeiras de milagres, sucesso e bonança... Acompanhando tudo isso tem cartomantes, óleo santo, porta da prosperidade, seleção dos escolhidos e muitos milagres difundidos pelos meios de comunicação de massa... A superstição parece estar inscrita no código genético humano. 

      O ponto é que as pessoas se encontram perdidas, existe um vazio frente o desejo natural de felicidade. Ora, no momento tenta-se preencher este vazio pela ciência, porém ela não o completa. Em meio às trevas da superstição, a Igreja Católica é que deve invocar luzes para dissipá-las. 

      O anúncio da Boa Nova cristã deve, mais do que nunca, atravessar o véu do ceticismo presente no mundo. Vivemos em uma sociedade cristã, respirando ar cristão, consumindo cultura cristã; porém dolorosamente pode-se afirmar como Péguy: “Somos os primeiros, depois de Jesus, sem Jesus.” Para que isso mude é preciso que o homem hodierno experimente o “encontro com pessoas para as quais o fato de Cristo é realidade tão presente que sua vida é mudada.” (Luigi Giussiani) 

      O cristianismo não é uma história, não é uma idéia, uma abstração; mas é um fato fundado em Jesus Cristo. Com Ele pode-se ver um novo mundo erguer-se, a sociedade constituir-se. As palavras de João Paulo II são esclarecedoras: “antes de ser um conjunto de doutrinas, uma regra para a salvação, é o ‘acontecimento’ de um encontro.” 

      De fato, o cristianismo não se contentou em ser mais uma religião, mas quis e conseguiu ser a vitória da inteligência sobre tudo o que existia. Essa certeza advém de Jesus Cristo, que redesperta no homem o desejo da verdade, que vence todos os medos, afirma-se como vencedor de tudo; pois onde se é fraco que se é vencedor. Tudo, porque o Deus cristão entrou na história e veio ao encontro do homem. Assim, o homem pode encontrá-Lo. 

      Nada, nenhuma superstição é capaz de suplantar a verdade evangélica manifestada em Cristo. O conteúdo da experiência cristã revela que “o amor e a razão coincidem, pois são verdadeiros pilares fundamentais do real.” (J. Ratzinger) 

      Em suma, não se segue a Cristo porque se entendeu tudo, mas porque não se entendeu nada a não ser a promessa salvífica provinda dEle.

Geraldo Trindade 
Colunista do Portal Ecclesia 
Bacharel em filosofia pela Faculdade Arquidiocesana de Mariana, estudante de teologia no Seminário São José da arquidiocese de Mariana (MG). Blog: http://pensarparalelo.blogspot.com.br/

Da redação do Portal Ecclesia.

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